Castração química é a solução?

A maioria dos abusos NÃO deixa marcas físicas visíveis, pois - a fim de evitar provas e pela falta de tempo (já que a violência sexual contra crianças é um crime de oportunidade) - maior parte dos pedófilos estupra com dedos e língua e não com o pênis. Portanto, apalpam, lambem, roçam, forçam a criança a tocar em sua região íntima ou se tocam diante delas, as expõe a conteúdo pornográfico ou as filmam peladas.

Como ainda há a noção de que sem provas não há crime ou delito, muitos laudos físicos resultam inconclusivos e o réu é absolvido. 

Assim, a ausência de marcas é uma estratégia pedófila para escapar da punição e para parecerem menos cruéis.

O estupro é um crime que visa satisfação pelo poder exercido sobre o corpo de outra pessoa e não a satisfação da libido. Não é uma questão hormonal, de elevação de testosterona ou progesterona, mas um exercício de poder onde se subjuga outra pessoa e faz o que quer contra a vontade dela. É sobre abater alguém que está em posição de fragilidade (mesmo que isso não seja infligido dor ou violência física).

Por isso, é importante reforçar se que maior parte da violência sexual contra crianças ocorre sem penetração pela pequena quantidade de tempo disponível para o crime, estupradores castrados quimicamente recorrem a outras possibilidades para perpetuarem o abuso que não o pênis, como uso de dedos e línguas (principais armas dos pedófilos no Brasil) e penetração com objetos. Esta última modalidade é, por si só, um requinte de crueldade.

Logo, estupradores buscam o poder da dominação através do sexo e não satisfação da sua libido. Não é o desejo sexual em si que está em jogo, mas o desejo por poder. Como a sede por poder não é bloqueada por medicações, a única parte beneficiada com a castração química é a indústria farmacêutica. Um homem impotente sexualmente continua com dedos e objetos a sua disposição se tem vontade de demonstrar poder sexualmente sobre outra pessoa.

A solução para a pedofilia é o Estado se responsabilizar pela criação de políticas públicas para efetiva proteção das crianças (pelo fim da exploração sexual, casamento e pornografia infantil) e punição dos pedófilos. Revogar a LAP e o uso de Constelações Familiares no SUS. Criminalizar a cultura do estupro e da pedofilia. Punir os criminosos sexuais e quem acessa este conteúdo. Isolar os pedófilos e se preocupar com as vítimas e proibir todo tipo de conteúdo adulto que faça a mínima menção a qualquer categoria infantil, incestuosa e pedófila.