Quem é o abusador?

Pedófilos não têm cara, nem cor específica. São pessoas aparentemente normais que podem ser  encontradas em qualquer lugar: na família, no esporte, na religião, na escola, em amigos íntimos da família. Geralmente, aqueles acima de qualquer suspeita. Podem ser pais, tios, avós, padrastos, amigos, primos, vizinhos ou professores. Podem ser de qualquer classe social. Podem ser os que consomem conteúdo, os que abusam e se exibem para crianças e adolescentes e os que incentivam.

Em média, 80 a 90% dos estupros de vulnerável ocorrem dentro de casa. E 60% são cometidos por familiares próximos. Fonte: ABRAPIA e Ministério e Mulher, da família e dos direitos humanos, Mapa de Segurança Pública de 2024.

Geralmente o abusador conquista a confiança da família e dá muita atenção à criança. Ele pode trabalhar com ou próximo de crianças e se aproveita disso para criar a oportunidade de ficar a sós com elas.

Nem sempre o abuso vem acompanhado de violência ou força, mas as vítimas são frequentemente ameaçadas quando percebem o abuso.

Brincadeiras são usadas para aumentar o contato físico com a criança. Ex: fazer cócegas, brincar de luta, esconder coisas dentro da roupa para criança procurar. 

Só homens são pedófilos?

Não! Mas  os dados mostram que homens são maioria nos crimes de abuso sexual, incluindo, abuso sexual infantil, exploração sexual e consumo de pornografia em mais de 90% dos casos. Em geral, mulheres atuam mais como aliciadoras para o prazer masculino.

AGRESSÃO SEXUAL TEM RELAÇÃO DIRETA COM TER SIDO VÍTIMA NA INFÂNCIA?

Muitos alegam que se tornaram predadores sexuais porque foram vítimas de abuso sexual na infância. Mas por essa  lógica, mulheres deveriam ser responsáveis pela epidemia de abusos sexuais, sendo as maiores agressoras já que também são as maiores vítimas – meninas são 83% das vítimas e meninos 17%. (IPEA). Isso é chantagem emocional do pedófilo para ganhar empatia da sociedade.

Homens são 90% dos abusadores, enquanto mulheres são 5% (os outros 5% não foram informados pelas vítimas). A epidemia tem sexo definido e não é por acaso.

O SINAN (Ministério da Saúde), coletou dados de 2011 a 2017 sobre as principais vítimas de 0 a 19 anos e os potenciais agressores. A pesquisa revelou que 84,9% das vítimas são meninas e 87,9% dos potenciais agressores são do sexo masculino.

PEDOFILIA É CRIME?

Apesar das campanhas políticas, PEDOFILIA NÃO É CRIME! Não existe, em nosso ordenamento jurídico penal, o “crime de pedofilia”.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a pedofilia é entendida como um transtorno psiquiátrico/ parafilia, caracterizado por fantasias, atividades, comportamentos ou práticas sexuais intensas e recorrentes envolvendo crianças ou adolescentes menores de 14 anos de idade. Logo, por serem entendidos como doentes incuráveis, o tratamento é clínico e não criminal.  Apesar de não haver o “crime” de pedofilia, existem tipos penais que possibilitam a criminalização e condenação de pessoas que cometeram crimes contra vulneráveis.

Entende-se que há uma diferença entre o pedófilo e o abusador. O abusador seria o que comete o ato, mas não necessariamente sente atração só por crianças. O pedófilo (portador da parafilia) pode ser alguém que sente o desejo, mas pode ou não praticar o ato.

Eu discordo. Dividir pedófilos entre "aqueles que só fantasiam" e "aqueles que efetivamente abusam" é criar uma separação fantasiosa que cria estigmas em sobreviventes de pedofilia como se elas fossem exageradas. 

Ninguém pode ser acusado de um crime por pensar, uma vez que o simples pensamento não leva, necessariamente, a prática de algo. Mas homens que consomem pornografia infantil estão tendo orgasmos com cenas reais de crianças estupradas, isso já É pedofilia! Fingir que pedófilos não acessam conteúdos criminosos (sexuais com bebês, crianças e adolescentes), não compram bonecas sexuais em formatos de crianças, não se organizam em grupos de pedofilia para falar sobre isso e trocar conteúdos, não erotizam crianças e não tem abusado recorrentemente delas é IGNORAR a realidade. Porque eles têm feito isso sistematicamente.

Fazer essa dissociação é um jeito de dizer que ele “nasceu assim” e de passar a mão na cabeça do fetichista como se não houve relação direta entre o acesso a pornografia infantil, o tráfico infantil, exploração sexual infantil e abusos sexuais de crianças e adolescentes.

Isso é malabarismo puro. 

É também ignorar os relatos dos sobreviventes que tiveram suas vidas destruídas pela prática desses criminosos. É ignorar o nível de organização que eles têm para abusar das crianças sem deixar rastros, se tornando pessoas acima de qualquer suspeita. Como uma pessoa doente se articula de tal modo e não mostra remorso?

Simples, não é doença, é poder!

PEDOFILIA X POLÍTICA

Não se iluda. Tem pedófilo na direita, na esquerda e em toda frente política, sim. Eles se organizam nos espaços de poder para pleitear sua "causa" e para se protegerem. A defesa da criança presente na direita é propaganda enganosa. A ausência da defesa da criança na esquerda é sintomática. No fim das contas, todas as frentes políticas ficam em silêncio quando os seus são descobertos.  Observe, qual frente política tem um plano consistente contra o abuso, a exploração sexual infantil, a pornografia, a prostituição infantil, o casamento infantil, a revogação da LAP? Nenhuma! 

Ao invés de se fazer políticas públicas, debates em torno dos traumas causados nas vítimas, ações em toda sociedade de prevenção, eles fazem políticas de acolhimento para pedófilos e moldam a sociedade para acolher abusadores e não vítimas. 

Ao contrário do que diz o DSM-5, nota-se por toda articulação entre pedófilos e relatos de sobreviventes da pedofilia,  que isso não é uma questão de "desejo sexual por crianças", mas sim de experimentar o máximo do poder sobre um corpo vulnerável, de possuir, de ser dono, de ter corpos como propriedades a seu dispor. Observem os relatos de pedófilos no youtube.

Por isso, defender crianças do aliciamento para a exploração sexual infanto-juvenil, passa necessariamente por pensar sobre o outro lado: o lado de quem consome e quer continuar consumindo corpos e imagens de crianças e adolescentes. 

O poder de propriedade é um fetiche colonial pouco debatido. O poder de ENGANAR seu entorno, fingindo-se de carismático e amado por crianças, ganhando a confiança e o acesso a elas.  O fetiche está no poder, não no prazer sexual físico em si, mas na sensação de controle sobre um corpo, uma família, uma instituição, às vezes sobre toda uma nação. 

Pedofilia não é sobre lascívia, é uma expressão de constatação e reafirmação do poder de um homem (ou mulher, em menores casos) acessar e se apropriar ilimitadamente de qualquer corpo, a qualquer momento, do jeito que bem lhe entender. 

O pedófilo não estupra somente pelo prazer sexual, mas pelo prazer simbólico de cativar a confiança de seu círculo social e acessar crianças sexualmente sem ser percebido. Seu escudo é a dupla identidade. Eles se satisfazem no poder de enganarem os adultos e torturarem as crianças. Só a(s) vítima(s) conhece(m) seu lado perverso. 

E o pior é que essa expressão é ENSINADA através da pornografia, através da cultura da pedofilia e do estupro, é reforçada por leis que favorecem pedófilos e por profissionais de saúde que são treinados para não se importarem com o sofrimento das vítimas e falam em perdão a estupradores. Temos uma cultura que cria e ensina homens a  serem predadores sexuais e que, 'curiosamente', não pune ou é muito indulgente com os que cometem esses crimes e são pegos.

Fiquemos atentos. Nossa sociedade não gosta de crianças, as trata como seres de segunda categoria que podem ser maltratados e assediados pelo bel prazer dos adultos e as usa como moeda de troca em disputas familiares, políticos e ideológicas. 

PEDOFILIA NÃO É DOENÇA, 

é a máxima expressão de impotência e covardia: pela pessoa não se considerar suficientemente capaz de manter um relacionamento igualitário e estável com alguém da mesma faixa etária; e, paradoxalmente, também uma expressão de poder: por direcionar essa frustração para crianças e adolescentes que podem ser controlados e torturados sem apresentarem maior perigo ao ego.

Eles se atraem pela vulnerabilidade dos mais novos para mascarar a própria  fraqueza. Se excitam com a dominação dos mais fracos porque vivem em constate medo de serem dominados tamanha sua crise de identidade. Buscam reafirmar seu poder sendo cruéis e violentos às escondidas. 

Pedófilos não são doentes ou coitados. São pessoas cruéis que jogam suas frustrações e fantasias de grandeza em cima dos que são mais frágeis. Além disso, têm prazer em interpretar papéis de "bonzinhos" e corretos para se sentirem mais espertos que os adultos de sua confiança e poderoso entre crianças. Não importa o que essa pessoa é para você, adulto, importa o que ela FAZ com a criança. O bem-estar da criança/ adolescente DEVE ser mais importante do que a memória afetiva que você tem por essa pessoa, independemente de quem ela é para você.